PROJETO “CENA LOCAL”, DO GRUPO TRAMA DE TEATRO,
REÚNE ARTISTAS DE CONTAGEM EM PRAÇAS DA CIDADE
Espetáculos gratuitos serão apresentados na Praça
Tiradentes, Parque Gentil Diniz, Praça Sueli Silva, Comunidade dos Arturos e
Praça da Jabuticaba
Em
março, o Grupo Trama de Teatro
lançou edital do projeto “Cena Local”
para selecionar espetáculos de
03 artistas e/ou grupos de Contagem com vistas a realização de cinco
apresentações artísticas em praças e ruas da cidade. Agora chegou a vez de
público conferir as atrações selecionadas, que se apresentarão de 4 de maio a
1º de junho.
Foram
selecionados a Cia Kyrius de Artes –
Kyartes, com o espetáculo “Era uma
vez... o Lobo”; o artista circense Moisés,
o Rei do Pedal; e a Junior Cia de
Dança, com números de Street Dance.
A programação do
projeto “Cena Local” mescla apresentações
de teatro, dança, circo, e contará ainda com o Bloco Carnavalesco Maria Baderna e uma atividade dinâmica, Memorabilia, que será realizada com a participação do público
presente e que tem como objetivo resgatar histórias que constroem as
identidades culturais da cidade.
Programação – sempre
aos domingos a partir da 9h
4 de maio -
Praça Tiradentes (Praça do Fórum)
18 de maio -
Parque Gentil Diniz
25 de maio - Praça
Sueli Silva - Bernardo Monteiro
01 de junho -
Comunidade dos Arturos
08 de junho - Praça da
Jabuticaba
Atrações
- Cia Kyrius de
Artes – Kyartes – cia de teatro que surgiu na periferia de Contagem em 1993
e, desde então, atua sob a perspectiva de oferecer atividades artísticas em
locais onde não há uma acesso fácil à arte.
- Moisés, o Rei do Pedal - tradicional artista circense, reside em
Contagem há 25 anos, um legítimo representante dos artistas de circo
atualmente.
- Cia Junior de Dança - criada pelo
professor e diretor Jarbas Junior em 1992, no bairro Eldorado, hoje a Cia. é
especializada em Street Dance e representa
Contagem em vários festivais no país e é parceira de projetos sociais na
cidade.
- Para completar a programação, convidamos, como participação especial, o Bloco carnavalesco Maria Baderna,
representante da nova geração da cultura de Contagem, que surge com o intuito
de soprar novos ares da cena cultural da cidade.
A programação contará ainda com:
Memorabilia - uma divertida brincadeira que
pode nos ajudar a compreender melhor nossa história e, sobretudo, a valorizar
nosso espaço. Convidamos toda a comunidade a participar
dessa dinâmica com o objetivo resgatar histórias que constroem as identidades
culturais da cidade. Traga de casa algum
objeto, ou uma historia, uma foto, qualquer coisa que seja significativa para
reativar lembranças da sua identidade, da sua família, da sua cidade. Numa grande roda de conversas, vamos
buscar lembranças e viver descobertas! A atividade será desenvolvida por profissionais
da Casa de Cultura de Contagem.
Espetáculos
- Espetáculo
Era uma vez... o Lobo (KYARTES) - O espetáculo “Era uma vez... o Lobo” é uma releitura da história infantil de
Chapeuzinho Vermelho, construída a partir do trabalho experimental da Kyrius
Cia das Artes. Nesta trama, Lobonaldo
quer mudanças no seu papel na
história. Cansado de morrer e de não
efetivar seus planos contra Chapeuzinho, propõe junto com o Lobo dos Três Porquinhos (Lobildo) e os lobos lobinhos
na plateia a criação do Estatuto dos lobos, no qual reivindicam proteção para
os lobos. Chapeuzinho Vermelho
também está diferente. Ela quer mudanças em seu papel na história,
pois quer seus direitos garantidos. Ela
agora está aos cuidados da vovó que não
sabe lidar mais com esta “menina”. E
Lobonaldo percebendo a crise familiar se aproxima de Chapeuzinho e da vovó com
o intuito de ajudar.
- Espetáculo
de circo com Moisés, o Rei do Pedal -
apresentação de artistas de circo e de Moisés, o Rei do Pedal, e suas
fantásticas bicicletas
- Espetáculo
de Street Dance (Cia Junior de Dança) – apresentação de vários números de Street
Dance ao longo da programação.
- Participação
especial do bloco Maria Baderna -
para finalizar a programação, a animação do bloco carnavalesco Maria Baderna. Com a presença da boneca Maria Baderna e muita
música boa!!
PROJETO “CENA LOCAL”
O Projeto
“Cena Local” é uma iniciativa do Grupo Trama de Teatro e visa realizar uma
mostra de artes cênicas com artistas e/ou grupos atuantes na cidade de
Contagem. A mostra, que tem o intuito de
valorizar artistas e espaços públicos da cidade.
Segundo Patrícia
Matos, produtora do Grupo Trama, “O Cena Local
tem como objetivo contribuir pela
valorização da cultura local e estabelecer um diálogo ativo com a
cidade”
O Projeto “Cena Local” é
realizado com recursos do
Fundo Estadual de Cultura de
Minas Gerais.
Informações sobre os Grupos
Kyrius Cia de Artes – KYARTES
A Kyrius Cia de
Artes surgiu em 1993 na periferia de Contagem, com jovens que gostariam de
dizer algo à comunidade por meio de sua arte.
Em 2000, o grupo fez o primeiro espetáculo profissional. Aqueles jovens atores, agora profissionais
nas áreas de administração de empresa, psicologia, sociologia e educação,
fundam uma OSCIP para dar continuidade ao sonho de promover cultura aos lugares
mais desassistidos do estado de Minas Gerais.
Atuam nas ruas e nas casas de artes das cidades, principalmente nas
cidades com pouca acessibilidade cultural. Atualmente, a Kyrius Cia de Artes apresenta-se em Contagem e em diversas
cidades do interior de Minas Gerais e possui
no currículo diversos espetáculos
como: “Amigos de rua”; Esta Noite tudo bem; “Era uma vez... o Lobo”;
“Beltrana Tô Fora e Totó da Silva”; “Salve o Planeta Azul”; “Maria”; entre
outros. A oficina de iniciação teatral itinerante é outra ação desenvolvida
pela Kyrius. A oficina é realizada em
varias Instituições e sempre culmina com
uma apresentação teatral. Em 2003, a Kyrius recebe o Certificado de Cidadania
cultural da Superintendência de Cultura de Contagem. Em 2013, o Projeto Rural
Mambembe da Kyartes, que tem como
proposta a revitalização do veículo automotivo da marca Rural Aero Willys ano
76 para levar espetáculos ao público com pouca ou nenhuma acessibilidade
cultural, foi premiado na 5ª. Edição do
CENA MINAS (Secretaria de Cultura de Minas Gerais)
Moisés, o Rei do Pedal
Moises Quintão Faria, 67 anos, conhecido como Moisés, o Rei do Pedal e suas bicicletas
malucas. Foi na sua infância, quando ainda trabalhava na roça, que Moises
começou a brincar de bicicleta. Depois
que deixou a roça teve vários empregos, como
cobrador, vendedor de gás e padeiro. Em todos esses empregos, Moises
sempre utilizou a bicicleta como seu instrumento de trabalho. Ao completar 24
anos, Moises entrou para o circo.
Primeiro para ser funcionário, foi capataz, montador de estrutura e mais
tarde diretor dos espetáculos. Moises
trabalhava durante o dia e, à noite, treinava em sua bicicleta. Muitas vezes já fez muita gente correr nas
ruas de Coronel Fabriciano, pois andava de bicicleta nas madrugadas e era confundido com assombração!!!! Quando
tornou-se um ciclista profissional.... Moises foi embora com o circo. Por mais de cinco anos não voltou a Minas
Gerais. Nesta época, morou no Rio de
Janeiro, onde participou como dublê em filmes de Renato Aragão como “Cinderelo
Trapalhão” e “Saltimbancos”. Há vinte e cinco anos reside em Contagem e
continua fazendo shows por todo o Brasil com suas bicicletas malucas. Hoje,
Moisés, o Rei do Pedal é um artista referência para várias gerações.
Cia Junior de Dança
A Cia. Junior de dança, que foi fundada em 1992, no Bairro
Eldorado, em Contagem, pelo atual professor e diretor Jarbas Júnior, é um grupo
de dança de vários estilos como Hip Hop,
Street Dance, Hip Hop Dance, B-Boy, Breaking, Locking, Popping, e Krumping
entre outros. O fundador da Cia, Jarbas Junior é ex-bailarino clássico e
estudou em grandes escolas de dança de Belo Horizonte, como o Ballet Rosana
Maria, o Centro Mineiro de Danças Clássicas, o Centro Artístico de Danças
Clássicas. Bailarino premiado em diversos festivais de Minas Gerais e outros
estados. A Cia. Junior de Dança mantem
parcerias com projetos sociais como: Projeto Fred, Fica Vivo, Arte na
Escola de Itabirito MG, BH Cidadania e Pró-Jovem Itabirito MG. Através dessas
parcerias outros grupos paralelos a Cia Junior vem sendo montados como: Raízes
de Rua de Sarzedo MG, Atividance de BH, Trajetória Urbana de Raposos MG,
Vulcanos de BH, Hip-Hop esperança de Montes Claros, Detônic de Itabirito MG. Atualmente
a Cia é especializada em Street Dance e destaca-se por seu estilo forte e
marcante. Com esta modalidade, o
grupo representa Contagem em vários eventos de dança de Minas Gerais e outros
estados do Brasil e já foi vencedor de vários festivais como: “Festival Darcy
Dutra Porto – Grajaú Club”, Rio de Janeiro (RJ); “7º Encontro Mineiro de Dança” em Matozinhos
(MG); XV Festival de Dança do Triângulo” em Uberlândia ( MG); “ Curvelo faz Arte “, em Curvelo (MG) ; “Dançaraxá
2008” em
Araxá (MG).
Maria Baderna
O Bloco Maria Baderna surgiu a
partir de uma ideia lançada durante o Corredor da Baderna Cultural em setembro
de 2013, ocupação realizada em frente ao Centro Cultural de Contagem em
resposta a ataques do poder público local que tachou os artistas de baderneiros
após realizarem atos pelo direito à cultura e à cidade. A partir daí, o Maria Baderna realizou uma
série de encontros, ensaios, oficinas, construção do boneco habitável,
composição de marchinhas, entre outras atividades, sempre abertos a todos os
interessados e visando o resgate do carnaval popular de rua. Durante o carnaval
de 2014, o bloco saiu por ruas de Contagem em três dias e um dia em Belo
Horizonte, obtendo enorme sucesso entre os foliões. As atividades continuam
durante todo o ano, com oficinas de percussão e sopro em todos os domingos, de
15hs às 18hs, na Praça da Jabuticaba, e ensaio geral do bloco Maria Baderna
todo primeiro domingo do mês, a partir das 15hs, também na Praça da Jabuticaba,
centro de Contagem.
O Bloco homenageia e resgata o
nome da bailarina italiana Maria Baderna, moça talentosa e inovadora nascida em
Castelo San Giovanni, no Piemonte, em 1828. Fugindo de perseguição política na
Itália, cujo norte estava ocupado pela Áustria, Maria e seu pai Antonio Baderna
desembarcaram no Rio de Janeiro em 1849. Inicialmente a bailarina causou grande
admiração por parte do público, que logo associou seu nome à elegância e
beleza. Conquistou fãs apaixonados entre estudante e aristocratas. No entanto,
causou grande rebuliço ao decidir introduzir, entre os passos da dança
clássica, traços do Lundu, dança de origem africana. Sua rebeldia e fama de
boêmia atraíram inimigos entre os conservadores, que a acusavam de corromper a
juventude. Logo, Maria Baderna foi vítima de fortes críticas, boicote e
diminuição de contratos. Seus apoiadores, em atitude solidária, batiam os pés
no chão do teatro e gritavam seu nome, causando tumulto nos espetáculos. Foram
os primeiros a serem chamados de Baderneiros. Surge aí o nome Baderna como
sinônimo de bagunça, confusão, sentido mais conhecido atualmente e muito
utilizado contra as manifestações populares. Contudo, fica o legado da
bailarina Maria Baderna, que desafiou o status quo e os ditos bons costumes.